Sunday, July 15, 2007

Quando a Tristeza Nos Assalta

Quando a Tristeza Nos Assalta
Leia Ne.1

O texto que acabamos de ler situa-se entre os meses de novembro e dezembro (mês de quisleu) do ano 446 a.C. aproximadamente. Era o vigésimo ano do reinado de Artaxerxes I. A cidade de Jerusalém se encontrava totalmente devastada desde que Nabucodonosor, rei da Babilônia a invadira por volta 608 a.C. O império Babilônico caíra e em seu lugar levantou-se o império medo-persa que nos tempos de Neemias era regido por Artaxerxes I.
Neemias recebeu então alguns de seus compatriotas, os quais lhe relataram a triste situação em que se encontravam alguns judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio; também lhe informaram sobre a situação decadente de Jerusalém. Ao ouvir essas notícias, Neemias foi assaltado por uma profunda tristeza na sua alma.
Quando li esse texto em minhas meditações pessoais, percebi que estamos sujeitos a essa mesma situação, a saber, sermos assaltados por uma tristeza que consome a nossa alma. Por isso mesmo quero meditar com os irmãos sobre: Quando a tristeza nos assalta.
Há momentos em nossa vida que somos assaltados por uma tristeza terrível que nos consome o coração. Então, o que devemos fazer? Neste momento em que somos assaltados pela tristeza devemos entender que temos em nossa frente uma excelente oportunidade para:

1) Buscarmos mais comunhão com Deus, v.4 e 6a
Assim que fora informado da situação de Jerusalém e seus habitantes, profundamente afetado pela tristeza, Neemias pôs-se a buscar ao Senhor por meio do jejum e da oração: “...e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (v.4).
Deveríamos ver os momentos difíceis da nossa vida como uma excelente oportunidade para aprofundarmos mais em nossa comunhão com Deus por meio da oração e jejum. É importante lembrarmos que oração e jejum são antes de tudo meios para obtermos mais comunhão com Deus.
É certo que a oração e o jejum são meios pelo quais expomos diante de Deus nossas necessidades e carências; mas a oração e o jejum expressam nossa necessidade maior: o próprio Deus.
Se você estiver passando por um momento assim em sua vida, aproveite para intensificar ainda mais a sua comunhão com Deus. As tribulações na vida do crente preparam seu coração para depender mais da mão de Deus.
Infelizmente, em nossos dias tanto a oração quanto o jejum são encarados de forma utilitária apenas. Mas, o crente que usa corretamente essas “ferramentas” é abençoado por Deus. Quando estamos em comunhão com Deus sempre saberemos como e quando agir porque Ele nos orienta e nós aprendemos a distinguir a Sua voz entre tantas outras neste mundo.
Mas, os momentos de tristeza em nossa vida também são uma boa ocasião para:

2) Recordarmos a fidelidade de Deus, v.5
Quando intensificamos nossa comunhão com Deus, inevitavelmente, recordamos a fidelidade Dele para com a Sua Palavra. Ele prometeu, Ele cumprirá.
Recordando a misericórdia de Deus, Neemias disse: “Ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!” (v.5). Duas palavras aqui merecem destaque: aliança e misericórdia.
Deus sempre se relacionou com Seu povo por meio de alianças. No Antigo Testamento temos várias alianças que Deus fez com Seu povo, aliás, o Antigo Testamento também é chamado de Antiga Aliança. Sempre que Ele fazia uma aliança (pacto, acordo) com Seu povo, Ele estabelecia normas para este cumprir e em contrapartida fazia promessas: bênçãos pela obediência, e, maldição pela desobediência. Nos tempos antigos toda aliança envolvia o sacrifício de algum animal que geralmente era comido pelas partes pactuantes. Quando Deus estabelecia uma aliança com algum servo Dele, exigia um sacrifício.
Hoje, estamos sob a Nova (e última) Aliança de Deus conosco. Esta aliança tem como base sacrifício o Senhor Jesus Cristo, daí o porquê Ele dizer que o cálice da Ceia é “o cálice da Nova Aliança no meu sangue” (Mt.22.20).
Quero chamar a sua atenção para o fato de que se Deus cumpriu rigorosamente as promessas das antigas alianças que tinham como base o sangue de animais, não cumprirá as promessas que fez na Nova Aliança a qual tem como base o sangue de Seu Santo Filho Jesus?
Neemias conhecia Deus e sabia perfeitamente da Sua fidelidade para com o que Ele prometera. Daí também o fato de evocar a misericórdia de Deus, pois ele sabia perfeitamente que Deus socorre àqueles que por Ele clamam e aguardam a Sua salvação.
Se você estiver passando por um momento assim em sua vida, convido-o a olhar para a fidelidade de Deus e para Sua misericórdia. Ele nunca abandonou você e não será agora, muito pelo contrário, Ele cumprirá o que lhe prometeu. Recorde-se dessas verdades nos momentos em que a tristeza assaltar a sua alma.
Deus é misericordioso, e nos momentos em que a tristeza nos assalta também encontramos uma oportunidade singular para refletirmos sobre nossa vida, e especialmente refletirmos sobre os pecados cometidos. Daí esses momentos serem para nós uma boa oportunidade para:

3) Clamarmos o perdão de Deus, v.6b – 11
Enquanto orava a Deus, Neemias não foi hipócrita e nem fingido diante de Deus. Ele compreendeu que o povo judeu havia pecado contra Deus e por isso fora duramente castigado com o exílio. Além disso, eles ainda estavam amargando as duras conseqüências desse pecado. Daí, enquanto orava, Neemias disse: “e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra ti...” (v.6).
Deus é justo para com o pecado; Ele pune mesmo! Porém, quando o pecador se arrepende e humildemente pede o perdão de Deus, ele o dá.
Neemias entendia perfeitamente que pela qual a razão do povo estava sofrendo tudo aquilo estava na sua desobediência mesmo. E assim também tem acontecido conosco. Muitas das nossas tristezas e sofrimentos são frutos da nossa desobediência e pecado. Jamais superaremos essas tristezas enquanto não confessarmos a Deus os nossos pecados e clamarmos o Seu perdão.
Deus é misericordioso e Neemias sabia disso tanto que na sua oração lembrou da promessa de Deus conforme está registrada nos v.8 e 9.
Não importa qual tenha sido o seu pecado e quantas dores este lhe trouxe, o que você deve fazer agora é se aproximar de Deus com humildade e arrependido e clamar o Seu perdão. Um coração contrito e sincero Deus não desprezará (Sl.51.17).

Conclusão

O desafio que fica para todos nós com essa palavra é aprendermos a valorizar os momentos difíceis da nossa vida, pois é especialmente neles que Deus trabalha em nosso coração e nos molda para melhor servi-Lo e para o nosso bem.
No amor de Cristo, amém!

Sermão proferido em São José dos Campos em 15/07/07
Pr.Olivar Alves Pereira

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